Leitura Bíblica em Classe
2 Co 12.1-4,7-10,12
Introdução
I. A glória passageira de sua biografia (vv.11-33)
II. A glória das revelações e visões espirituais (12.1-4)
III. A glória dos sofrimentos por causa de Cristo (12.7-10)
Conclusão
Tema do Subsídio
Perspectivas bíblicas e teológicas para o problema do sofrimento
A Bíblia Sagrada, Palavra de Deus, declara que o sofrimento humano é consequência da queda de Adão. A representação humana, por Adão, no jardim do Éden, trouxe a condenação a todos os homens. Esse ato não surgiu da volição de Deus, mas da vontade humana.
Na Escritura Sacra a questão não é “Se Deus é Justo?”, mas “como podemos (nós os humanos) justificarmos?” A queda foi resultado da rebelião de Adão. O pecado fez o homem cair, denotando as catástrofes de natureza cosmológica (Rm 8.20,22). Logo a natureza do sofrimento humano precisa ser vista sobre o ponto de vista bíblico antropológico, ou seja, as consequências das ações do homem.
O servo sofredor e a expiação de Cristo
O Evangelho de Cristo é integral, tanto corresponde a esfera material (corpo) quanto a esfera imaterial (alma/espírito). Em Isaías 53, é estabelecido o sofrimento do Servo Sofredor como pressuposto para a cura divina na expiação. O evangelista Mateus afirma exatamente o caráter curador físico da expiação. Isso é totalmente relevante porque os ensinos bíblicos da salvação e a natureza humana acham-se interligados, já que o ser humano não é uma associação desorganizada de corpo, alma e espírito. O ser humano é uma unidade e a salvação se aplica a todas as facetas da existência humana. “O Evangelho inteiro para a pessoa inteira” é um tema genuinamente bíblico que precisa ser reiterado a cada dia.
Reflexão:
“Se a raça humana foi criada por Deus para desfrutar integralmente de tudo, e esta era mesmo a sua intenção é razoável deduzir pelas evidências bíblicas que a cura (pelo menos num sentido limitado) faz parte da obra salvífica de Deus em Cristo.”
HORTON, Stanley M., Ed. Teologia Sistemática, uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, 1996, p. 512.
Problemas Doutrinários sobre o sofrimento e o caráter limitado da restauração humana
A concepção triunfalista da extinção do sofrimento não é amparada pelos pressupostos bíblicos. O desejo de Deus é abençoar a sua criação e jamais amaldiçoá-la (Gn 12.3; Tg 1.17), porém, isso não significa que no tempo presente estamos livres de todo e qualquer tipo de sofrimento.
A conhecida fórmula da fé, baseada nas confissões humanas, tem sido o maior empecilho para compreender e viver de fato as benesses do Evangelho genuíno. Há vários problemas relacionados a esse movimento da fórmula da fé. Para eles é vergonhoso o crente está enfermo, porque há promessa da libertação total do sofrimento físico, riquezas e glórias são o que esperam os crentes. A confissão positiva mascara a realidade óbvia da vida, ou seja, o estabelecimento de um novo pensamento que nega a realidade do mundo físico é uma fuga da realidade.
Todos esses pressupostos são contraditórios aos ensinos das Escrituras. O apóstolo Paulo se refere aos sofrimentos da vida (físicos) que serão completamente removidos na redenção futura desse corpo físico, quando então os crentes a semelhança do Cristo ressuscitado terão seus corpos transformados. Em Romanos 8.18-27 fica explícita a condição presente da vida humana, totalmente envolvida em aflição e gemidos, denotando o caráter limitado da restauração humana no tempo presente, ou seja, a completa restauração do homem ainda estar por vir (Rm 8.18; 1 Co 15.42-47,50-55; 1 Jo 3.2).
Reflexão:
“O erro da teologia da fé é atribuir à cura divina [ou ausência de sofrimento] poderes que somente irão se manifestar nos fins dos tempos” (HORTON, Stanley M., Ed. Teologia Sistemática, uma perspectiva pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, 1996, p. 527).
Paulo e o sofrimento
“Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.19b,20).
Para os cristãos judeus a autoridade apostólica era sinônimo de transportações de experiências espirituais portentosas. Paulo, porém, afirma que estas experiências não são evidência de autoridade apostólica e nem são de proveito para a congregação. Evidentemente, Paulo não nega o valor do dom de revelação dado pelo Espírito Santo (1Co 14.6,26,30), mas ele está lhe dando com os argumentos dos falsos apóstolos e em relação ao apostolado ele afirma que não está abaixo de ninguém, porque a experiência dada pelo Espírito Santo foi tão portentosa que para ele não se envaidecer, como os falsos apóstolos, foi-lhe dado um espinho na carne. A humildade de Paulo é tão clara, que ele narra o acontecimento na terceira pessoa, sendo honesto com a natureza da experiência, ou seja, ele não sabia se a visão fora dada dentro ou fora do corpo, “Deus o sabe” (v.3).
Fraqueza, limitações e sofrimentos eram características presentes na vida de Paulo. Não há certeza o que era o espinho na carne de Paulo, mas o Eterno por vontade soberana decretou a Graça consoladora em sua vida dando refrigério e paz. A expiação de Cristo propicia cura mediante a vontade soberana de Deus, “Paulo, no entanto, não foi curado. Alguns sustentam que Deus responderá a qualquer oração basta que acreditemos. Paulo não carecia de fé, mas não foi curado. Esta e outras passagens do Novo Testamento, como Filipenses 2.25-27, nos lembram que os cristãos podem sofrer em decorrência de uma saúde precária, além de outras dificuldades, sem que isso represente pecado ou falta de fé. Ao permitir os sofrimentos de Paulo, Deus tinha um propósito para sua vida [não se ensoberbecer]. Como é bom estarmos confiantes em duas situações: Quando sofremos, Deus tem em mente uma boa razão. Quando estamos fracos, podemos aguardar até que Deus nos mostre seu poder em, e através de nós”.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor da Bíblia, uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro, CPAD, p. 784
Prezado professor, nesta lição enfatize ao seu aluno a importância de reconhecermos que mesmo em meio ao sofrimento podemos ser aprovados por Deus e desfrutar das maiores e mais sublimes experiências espirituais.
Reflexão:
“A garantia de Cristo de que sua graça é suficiente e seu poder se aperfeiçoa na fraqueza nos motiva hoje. Em vez de tentar controlar nosso próprio destino, temos de nos submeter à vontade de Deus. Sempre que nos sentirmos impotentes, [quer física, relacional, financeira ou estruturalmente], podemos dizer: ‘Não se faça a minha vontade, mas a tua’ (Lc 22.42). Então, a medida que obedecemos o Senhor ativamente, poderemos reivindicar sua suficiente graça e experimentar seu poder, que ‘se aperfeiçoa na fraqueza’”.
HORTON, Stanley M. I & II Coríntios, os problemas da Igreja e suas soluções. Rio de Janeiro, CPAD, p. 248
Referência Bibliográfica
HORTON, Stanley M., Ed. Teologia Sistemática, Uma Perspectiva Pentecostal. Rio de Janeiro, CPAD, 1996.
RICHARDS, Lawrence O. Guia do Leitor Bíblico, uma análise de Gênesis a Apocalipse capítulo por capítulo. Rio de Janeiro, CPAD, 2005.
HORTON, Stanley M. I & II Coríntios, os problemas da Igreja e sua soluções. Rio de Janeiro, CPAD, 2003.
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